Apesar de toda a crise, a Pós-graduação do Rio de Janeiro é muito bem avaliada.
A CAPES apresentou ontem o resultado da avaliação quadrienal dos 4.175 Programas de Pós-graduação do Brasil. Apesar da crise que as Instituições de Ensino e de Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro vêm passando, decorrente dos cortes no repasse de recursos do Estado para estas Instituições e para a principal agência de fomento à pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - a FAPERJ -, o resultado foi surpreendemente positivo.Entre os Programas de nível de excelência (6 e 7), o Rio de Janeiro teve um aumento de 14,7%, enquanto, no restante do País, o crescimento foi de 12%. Vale destacar que o processo de avaliação em níveis não implica nenhum demérito para Programas avaliados com níveis de 3 a 5. Os programas iniciantes, usualmente, começam com nível 3 e os Programas Profissionais têm nível máximo 5, apesar de sua total relevância para a formação tecnológica e inovação. A depender da área de conhecimento, devido a características intrínsecas a cada uma delas, ser avaliado com o conceito 4 ou 5, por si só, traduz-se em grande feito.
É preciso esclarecer ainda que a CAPES, por intermédio de seus procedimentos avaliativos periódicos, tem proporcionado à pós-graduação brasileira reconhecimento internacional, com importantes repercussões na formação de mestres e doutores e na produção de conhecimento.
O que constatamos, a partir do resultado dessa avaliação, é o quanto o investimento que as agências de fomento, como CNPq, CAPES e FINEP, e aqui no Rio de Janeiro a FAPERJ, fizeram, principalmente entre 2006 a 2015, foi fundamental para a consolidação da nossa produção acadêmica. Este investimento deve ser compreendido como fonte de investimento capaz de gerar riqueza para o país, através de novos produtos, redução de desperdícios com a melhoria de processos, gerando também bem-estar social para a população.
Ainda sob o impacto do resultado da avaliação quadrienal realizada pela CAPES, nós, pró-reitores de pós-graduação e pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, reunidos na Frente Rio de defesa da pesquisa e da pós-graduação, estamos atuando no âmbito de cada uma de nossas instituições contra os efeitos devastadores que os sucessivos cortes de verba ocorridos nos últimos dois anos trouxeram para os investimentos de C&T no Brasil, e mais fortemente, no Rio de Janeiro. Esta política, ao contrário da anterior, pode tornar o nosso País mais dependente de tecnologias e conhecimento gerados no exterior, com consequências econômicas catastróficas para as futuras gerações.