Petrobras amplia centro de pesquisas
13/10/2010

A expansão das instalações Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), na Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, foi inaugurada nesta quinta-feira, dia 7 de outubro

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou da cerimônia de inauguração ao lado do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, e da diretoria da companhia.

"Estamos aqui inaugurando um centro que dá a vocês o direito de dizer ao mundo que o Rio de Janeiro é uma cidade e um estado tecnológico, porque é aqui onde está o maior centro de pesquisa da Petrobras e do Hemisfério Sul, com mais de 200 laboratórios e milhares de pesquisadores", disse Lula.

Com a ampliação, o Cenpes ocupará mais 300 mil metros quadrados, tornando-se um dos maiores centros de pesquisa aplicada do mundo. Serão diversos laboratórios destinados a atender as demandas tecnológicas das áreas de negócio da Petrobras, com destaque para os laboratórios de biotecnologia, meio ambiente e gás & energia. A ampliação também contará com modernos laboratórios para atender exclusivamente as demandas do pré-sal.

A ampliação do Cenpes é parte de uma estratégia da Petrobras para ampliação da capacidade experimental do parque tecnológico brasileiro. A companhia é hoje a empresa que mais investe em ciência e tecnologia no país.

Nos últimos três anos (2007-2009) foram investidos cerca de R$ 4,8 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão para universidades e institutos de pesquisa nacionais, parceiros da Petrobras na construção de infraestrutura experimental, na qualificação de técnicos e pesquisadores e no desenvolvimento de projetos de pesquisa.

Para fazer a gestão de investimentos dessa envergadura, foi criado o modelo de Redes Temáticas, em 2006. A empresa identificou 50 temas estratégicos na área de petróleo e gás e para cada tema selecionou potenciais colaboradores, que hoje somam cerca de 100 instituições nacionais de pesquisa e desenvolvimento.

"A área laboratorial construída por meio dessa estratégia nas universidades brasileiras já é cerca de quatro vezes a área existente do Cenpes e, para cada pesquisador nosso, outros dez participam, nas suas respectivas instituições de pesquisa, de estudos relacionados à solução de desafios enfrentados pela Petrobras. Os investimentos feitos nas universidades, associados aos investimentos que estamos fazendo com a expansão do Cenpes, estão transformando o parque tecnológico nacional para óleo e gás em um dos mais bem aparelhados do mundo", explicou Carlos Tadeu da Costa Fraga, gerente executivo do Cenpes.

Este movimento não se restringe à comunidade científica nacional. Com o pré-sal, a escala e a complexidade das demandas da Petrobras têm aumentado bastante e fornecedores tradicionais, incluindo grandes multinacionais, estão estabelecendo com a companhia parcerias de longo prazo. A fim de estreitar ainda mais esse relacionamento e ampliar a troca de conhecimentos, a Petrobras tem estimulado essas empresas a construir centros de pesquisa no Brasil, em locais próximos às instalações da empresa estatal ou de universidades parceiras.

Somente no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizado próximo ao Cenpes, já foi anunciada a construção de centros de pesquisas de pelo menos quatro importantes fornecedores de equipamentos e serviços da indústria de energia: Schlumberger, Baker Hughes, FMC Technologies e Usiminas.

Parceria

Para a UFRJ, o Cenpes se configura um espaço de complementação do ensino, onde estudantes podem aplicar, na prática, os ensinamentos obtidos em sala de aula. Já para a estatal brasileira, a proximidade com a expertise acadêmica é crucial. "A relação entre Cenpes e UFRJ não é de locador e locatário. É uma relação de parceria para a construção de um país inteiramente novo", ressaltou o reitor Aloisio Teixeira.

O presidente Lula parabenizou a iniciativa e enfatizou que ela é parte da proposta de Ciência e Tecnologia, idealizada pela comunidade científica e concretizada pelo Ministério de C&T, que destinou cerca de R$ 41 bilhões para a pasta.

"O Cenpes dá direito aos gestores do Rio de Janeiro de dizer ao mundo que esse é um estado tecnológico, porque este centro é o maior do hemisfério sul. Valeu a pena a gente acreditar na indústria nacional, na mão-de-obra nacional e na geração de emprego e renda no Brasil", observou.

Apelo por novo hospital

Durante discurso, o reitor Aloisio Teixeira pontuou avanços conquistados pela educação nos últimos anos. Segundo ele, o ensino superior passa por uma revolução.

"Quando eu assumi a Reitoria da UFRJ, em 2003, nossos recursos eram da ordem de 40 milhões de reais para o custeio e zero para investimentos. Ano que vem, deixo a direção da universidade com um orçamento de 200 milhões de reais anuais para custeio e 90 para despesas de capital", destacou.

Aloisio lembrou também que a ala sul do Hospital Clementino Fraga Filho (HUCFF), desocupada desde a criação do prédio, em 1978, será implodida no próximo dia 19 de dezembro.

O reitor aproveitou a oportunidade para interceder junto ao presidente Lula por um novo hospital. "Não se trata apenas de destruir um prédio, mas de rever nossa concepção de ensino médico. Queremos construir um hospital novo e uma palavra sua poderá nos dar garantias de que esse projeto sairá do papel", concluiu.

Leia mais sobre a expansão do Cenpes em:
http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/?p=30292#more-30292
(Informações do blog Petrobras Fatos e Dados e do Portal da UFRJ)