Aloizio Mercadante quer incentivar a volta dos cientistas brasileiros que estão no exterior e estimular a formação de redes fora do Brasil articuladas com as instituições de pesquisa nacionais.
Na avaliação do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, essa é uma medida necessária para alavancar ainda mais a produção do conhecimento no país. Mercadante sustenta que, somente nas universidades norte-americanas, existem aproximadamente três mil professores brasileiros lecionando e que muitos estariam interessados em participar de forma ativa do esforço nacional em ciência, tecnologia e inovação.
No programa de rádio "Bom Dia Ministro" desta quinta-feira, dia 20, Mercadante falou da estratégia de aproveitar o atual cenário de crescimento econômico para atrair talentos ao Brasil.
"O Brasil hoje é um país que está entre as economias que tiveram melhor desempenho na crise e está crescendo 7% ao ano. É um país que tem estabilidade e começou a ter políticas de inclusão social e distribuição de renda. Tem uma democracia consolidada, estado de direito e liberdade de imprensa. O Brasil virou um país que atrai a opinião pública mundial", ressaltou.
Mercadante citou iniciativas de sucesso implantadas pela Índia e pela China, que apostaram em políticas de incentivo e de aproximação dos seus cientistas em atuação fora do país.
Outras experiências brasileiras também estão sendo avaliadas na intenção de montar uma rede de inteligência para trabalhos conjuntos e parcerias. A criação de um portal na internet e a oferta de bolsas também está nos planos do novo ministro.
"Há interesse, há disposição. Nós vamos eleger quais são as áreas estratégicas que nós queremos motivar e vamos oferecer bolsas para que esses pesquisadores venham para o Brasil, inclusive talentos estrangeiros, por um período, por exemplo, de dois anos, a chamada bolsa sanduíche ao contrário", afirmou Mercadante.
Segurança sócio-ambiental
Durante a participação no programa de rádio, Mercadante disse também que o Brasil precisa criar uma política de segurança socioambiental. Na opinião do ministro, as mudanças climáticas são um agravo aos desastres naturais, como os ocorridos nos últimos dias, na Região Serrana do Rio de Janeiro.
Mercadante disse que o Sistema Nacional de Prevenção e Alerta funcionará plenamente em quatro anos. Os dados das áreas de risco mais críticas estarão disponíveis no próximo verão. O sistema antecipará informações sobre possíveis desastres naturais relacionados à seca e outras catástrofes, como deslizamentos de terra e inundações.
"O nosso sistema de alerta e prevenção vai tentar prevenir crises agudas, como desmoronamentos e inundações, além de acompanhar e tomar providências em relação à seca", disse.
O sistema usará o supercomputador adquirido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para melhorar a previsão do tempo.
(Assessoria de Comunicação do MCT)