A vulnerabilidade não é democrática
08/04/2020

Foto: Arquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil

Entrevista: professor Richarlls Martins/Nepp-DH/UFRJ - professor do Núcleo de Estudos de Políticas em Direitos Humanos Suely Souza de Almeida (Nepp-DH) da UFRJ, graduado em Psicologia pela UFRJ, mestre em Políticas Públicas em Direitos Humanos pela UFRJ e doutorando em Saúde Coletiva no IFF/Fiocruz. Integrou o Conselho Nacional de Saúdee o Comitê Técnico de Saúde da População Negra, do Ministério da Saúde. Além disso, foi assessor da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde, e da Secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH-RJ). É coordenador-geral da Rede Brasileira de População e Desenvolvimento (REBRAPD).

A curva de casos de COVID-19 registrados no Brasil mantém tendência ascendente. Até o fechamento deste texto, já haviam sido registrados mais de 12 mil casos confirmados e 553 mortes pela doença. O vírus, que contamina por meio de gotículas oriundas da tosse ou do espirro, pode infectar indiscriminadamente qualquer pessoa. No entanto, para o professor Richarlls Martins, do Núcleo de Estudos de Políticas em Direitos Humanos Suely Souza de Almeida (Nepp-DH) da UFRJ, não é possível afirmar que seus efeitos são democráticos. “O novo coronavírus amplifica nossas estruturas de diferenciação social e os modos de operação das desigualdades. Essa perspectiva crítica deve orientar a resposta pública de prevenção e mitigação dos impactos sanitários do curso pandêmico”, aponta.

Em entrevista ao Setor de Comunicação do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (SeCom/CFCH), Martins menciona pontos que podem estar causando o agravamento das consequências da pandemia no país: a falta de acesso a saneamento básico, o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), o alto índice de informalidade e a precarização das relações de trabalho. A saída, para ele, está na “intersecção da epidemiologia, política, planejamento, gestão, ciências humanas e sociais em saúde” para minimizar os danos já causados pela doença. “O momento atual exige dos gestores públicos três premissas estruturantes: ampliar o diálogo e escuta com a comunidade científica; efetivar o compromisso de estruturar políticas públicas a partir de evidências científicas; e incrementar os investimentos em ciência, tecnologia, inovação, saúde e educação”, pontua o docente. 

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Fonte: Site UFRJ (Adaptada)