Nesta quinta-feira (09/06) foi realizada na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq/MCT) a palestra "O CNPq e a Política Nacional de Inovação", ministrada pelo físico matemático José Fernando Perez. A conferência contou com a presença do presidente da agência, Glaucius Oliva, do Diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde (DABS), Paulo Sergio Lacerda Beirão, do Chefe de Gabinete, Jovan Guimarães Gadioli dos Santos e de inúmeros servidores da Casa.
Atual Diretor Presidente da Recepta Biopharma, José Fernando Perez é membro da Academia Brasileira de Ciências e do Conselho Deliberativo do CNPq. Foi Professor Titular de Física da USP até 2004, Diretor Científico da FAPESP durante 13 anos e recebeu a Medalha e a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Científico e Tecnológico em 2000.
No âmbito do Plano de Reconfiguração Estratégica do CNPq, Perez foi convidado para refletir sobre o importante papel da inovação tecnológica no contexto atual. "O momento é extremamente oportuno para CNPq fazer este projeto, pois acredito que a agência precisa fazer uma projeção para os próximos 20 anos, e com certeza, dentro deste plano haverá constantemente o vocábulo inovação, já que esta, é a chave mestra para alavancar o desenvolvimento do nosso país".
Durante a palestra Perez pontuou que um dos aspectos centrais para a ampliação da atividade inovadora no País é o estimulo ao diálogo entre a academia e as empresas. "Conhecimento sem inovação é apenas invento, não chega ao mercado, nem a comunidade. Por isso, o CNPq tem o desafio de estimular cada vez mais os mestres e doutores a saírem das universidades para entrarem nas empresas. As agências de fomento tem o papel catalisador, semeador mesmo, de incitar os portadores do conhecimento a se articularem mais com os ambientes inovadores", afirmou o pesquisador.
Perez afirmou ainda que o Brasil tem uma necessidade gigantesca de inocular inovação em todos os poros da economia. E para isso acontecer é preciso articular melhor os instrumentos. "Já realizamos grandes avanços, com a Lei da Inovação e a Lei do Bem, porém ainda existem muitas lacunas a preencher. O Brasil precisa ousar mais, temos que reforçar os mecanismos que contribuam para a inovação nas empresas de médio e pequeno porte, precisamos diversificar as opções de financiamento, enfatizando o empreendedorismo inovador e estimular, por meio do BNDES e do mercado de capitais à criação de Fundos de Risco para financiar empreendimentos inovadores em estágio inicial".
Segundo ele, o Brasil não pode deixar em segundo plano a inovação tecnológica, por medo de não atingir os resultados esperados. "Sabemos que para inovar é preciso correr alguns riscos, mas o retorno que teremos no futuro será bem maior do que as perdas. Iremos gerar empregos, traremos riquezas e ainda estaremos preparando nossas empresas para competir em pé de igualdade com as empresas globais, em especial aquelas produtoras de bens e serviçoes de alto valor agregado", destacou Perez.
Perez conclui dizendo que para o Brasil abarcar plenamente a cultura da inovação é necessário maior sinergia entre as universidades, empresas e governo. "O desafio engloba diversos atores, temos que colocar a pauta inovação na agenda nacional, se não trabalharmos em parceira não conseguiremos incorporar tão cedo a inovação como componente sistêmico e estratégico da estrutura produtiva nacional", afirmou.
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